Se você tem menos de 30 anos, não sabe o que é isso, então eu explico: uma enciclopédia é uma Wikipedia de papel, um Google encadernado, se você preferir. Entendeu? Uma enciclopédia é uma coleção de grandes livros com capa dura nos quais você pode procurar temas, expressões, casos importantes, descobertas científicas, fatos históricos e o que tiver curiosidade de saber na época. A gente acreditava que, se constava na enciclopédia, era verdade, então era importante saber. Costumávamos dizer que uma pessoa que sabia muito era uma "enciclopédia viva", ou dizíamos que pessoas cultas tinham "conhecimento de enciclopédia". Entendeu o que era?
Antes do Google, era o que as crianças utilizavam quando precisavam fazer pesquisa para um trabalho escolar. Só não havia CtrlC + CtrlV, você tinha de escrever à mão no seu caderno ou datilografar numa máquina de escrever , quando o trabalho era "para entregar". Isso dava um pouco mais de trabalho.
Funcionava como um dicionário, só que com descrições bem mais completas, e alguns verbetes têm até ilustrações e fotografias. Basta pegar os volumes que estão organizados em ordem alfabética e procurar o verbete de que você precisa como num enorme dicionário. Só que você não digita, folheia!
Nossa família comprou uma quando eu tinha uns 9 ou 10 anos. Minha mãe dizia que era nosso grande patrimônio. Eram 12 volumes e cobriam quase toda a parte de cima da nossa estante da sala. Ela dizia que nos deixaria de herança, porque era o nosso único grande bem. Meu pai passou a comprar mais um volume por ano, todo ano. Era uma forma de atualizar a enciclopédia quando as mudanças começaram a ficar velozes--uma vez por ano você recebia um novo exemplar, que atualizava as informações e dava uma síntese do que de importante tinha acontecido naquele período. Passados alguns anos, a própria Barsa entendeu que não conseguiria mais atualizar as coisas. E começou o declínio do valor das enciclopédias.
Sérgio Irumé.
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